Monumentos Megaliticos de Portugal

Megalitismo

Do grego mega = grande e lithos = Pedra, manifestações delimitadas cronologicamente entre 4500 a.C. e 2500 a. C. em todo o território português, e é caracterizado pelo uso de grandes blocos de pedra na edificação de estruturas, na sua grande maioria de destino funerário e ritual. Datavel do Neolítico ao Calcolítico, ou seja, desde a segunda metade do V até ao III milénio com as : Antas, os Tholoi, as Grutas Artificiais e os Menires, e na sua globalidade, são manifestações com um destino funcional concreto: o enterramento colectivo.



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Mapa de distribuição dos monumentos megalíticos em Portugal
(seg. Vera Leisner, adaptado de R. Joussaume, 1985; seg. V. O. Jorge, 1990)

Manifestações Megalíticas

O monumento mais característico do megalítico é a anta ou dólmen.
É uma construção através da elevação (Urânicos - a céu aberto) de grandes pedras extraídas de afloramentos, afeiçoadas, ou simplesmente aproveitadas a partir da sua formação natural.

É geralmente composta por uma câmara poligonal, trapezoidal ou subcircular, coberta por uma pedra maior, a “tampa”, e por um corredor, mis baixo que a câmara e que lhe servi de acesso, coberto por sua vez por tampas monolíticas, sendo o compartimento deste corredor variável, chegando a atingir os 16 ou 18 m de cumprimento. Hoje, estes elementos aparecem “descarnados” , “despidos”, porque originalmente, eles encontravam-se cobertos por terra e pedra formando uma ligeira elevação designada por mamoa (por se semelhante a um mamilo).

Estas construções, são atribuídas a povos com uma economia dominantemente agro-pastoril, do Neolítico Final.















As tholoi , datáveis entre 2700 a 2000 a.C. . Na maior parte das vezes são providos de câmara e corredor tal como as dólmens, mas são diferentes destas(antas/dólmens). Com câmara circular, construída pela justaposição de pequenas lajes de xisto ou de pedra ígnea formando uma cúpula cónica. E com corredores na maioria das vezes, muito extensos. Surgem isoladamente, e aparecem predominantemente no Algarve, na península de Lisboa e na região do Baixo Alentejo.

O facto de aparecerem perto do litoral, parece remeter para uma realidade cultural, de povos agrometalúrgicos não nativos (autóctones), podendo ser datados quase todos do III milénio, ou seja, o Calcolítico.
As grutas artificiais servem o mesmo destino funcional: o enterramento colectivo. São integralmente escavadas na rocha, geralmente no calcário. São muito semelhantes às Tholoi, por ter a mesma função, e por também ter corredor/ antecâmera/ câmara. As grutas artificiais: são sincrónicas com a cultura megalítica do Alto Alentejo


Cronologia das Antas, Grutas artificiais e Tholoi :

Antas: as mais antigas das três, com datações que começam por volta de 4500 a.C.
O Alto Alentejo é a zona com maior concentração dolménica em Portugal, e em toda a Europa. Mas esta arquitectura encontra‐se também no Minho e nas Beiras.
Estas construções têm motivos muito fortes de natureza mágico - religiosa, e a sua arquitectura muito semelhante em vários pontos do país advém desse facto.
"Marcam" a paisagem, como se trata‐se de uma “elevação artificial”. Existiam preocupações com o culto dos mortos, e de forma simbólica esses rituais davam “continuidade” aos mortos, para a prosperidade dos vivos, pode‐se dizer que havia uma crença de uma vida no Além. São por isso monumentos de “Clã” ou “Tribos”. Havia também por parte de esta civilização agro‐pastoril, uma crença nas virtudes do mundo subterrâneo, denunciando um culto ctónico (Que reside nas cavidades da terra) bem vincado. Outro dos cultos, é o Culto Solar, porque grande parte dos monumentos megalíticos eram construídos com a orientação para nascente, o que revela a crença da ideia do renascimento dos mortos.

As decorações das placas negras, são enigmáticas e pouco homogéneas, sendo esses motivos: triângulos, figurações oculadas, que podem remeter para a figura do triângulo como símbolo feminino (triângulo púbico).

Aqui fica uma curiosidade que achei linda:

A Anta de Pavia/Capela de S. Dinis é um monumento nacional português localizado na aldeia de Pavia, em Mora, no distrito de Évora. É uma das antas mais importantes de Portugal, tendo o seu recinto e câmara 4,30 metros de diâmetro, 3,30 metros de altura e um capelo com o volume de 3x 2,60 metros.

A anta foi erguida entre o IV e o III milénio a.C., tendo sido transformada numa capela dedicada a S. Dinis ou S. Dionísio no século XVII. A transformação do local em monumento cristão terá recebido influências da Anta/Capela de S. Brissos no concelho de Montemor-o-Novo.

Foi alvo de escavações arqueológicas no começo do século XX realizadas por Virgílio Correia. Encontra-se classificada como monumento nacional desde 1910.




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