Extra -O Museu das Almas do Purgatório 1ªParte

    É provável que você nunca tenha ouvido falar no Museu das Almas do Purgatório. Mesmo entre os católicos é praticamente desconhecido. Ele guarda registros do que seriam aparições de pessoas mortas. Pessoas que teriam voltado do além ou do purgatório para pedir orações e avisar de que existe um Purgatório ou Inferno como queira.

    Na doutrina católica, o purgatório é um estado de espera. Um lugar de almas em purificação. Um sofrimento que só terá fim com a chegada ao paraíso. 

    Na Divina Comédia, uma das maiores obras poéticas de todos os tempos, o purgatório imaginado por Dante Alighieri é uma montanha muito alta, cercada de terraços, onde as almas se purificam dos pecados cometidos na Terra. 

    Foi na Idade Média que o purgatório viveu o auge da fama na imaginação dos cristãos. Hoje, fala-se pouco dele. O céu e o inferno desfrutam de maior prestígio nos sermões católicos.

Numa igreja de Roma, um museu misterioso contém relíquias que seriam um testemunho da comunicação de almas do purgatório. A igreja não permite que nenhuma imagem seja gravada, mas um pesquisador de parapsicologia, o brasileiro Clóvis Nunes, entrou no Museu das Almas do Purgatório e conseguiu filmar as peças: “Este museu está reservado à Igreja. Para nós termos acesso a ele, precisei contar com o apoio de uma autoridade eclesiástica, em Roma, da Igreja Católica Brasileira”, conta.

    Clóvis entrou na Igreja do Sagrado Coração do Sufrágio. Sufrágio significa ato de piedade, oração pelos mortos. A igreja pertence aos missionários do Sagrado Coração, ordem católica fundada pelo padre francês Jules Chevalier, em 1854.

    Numa pequena sala, ao lado da sacristia, estão guardadas as relíquias: os antigos missionários do Sagrado Coração acreditavam que elas eram provas da comunicação entre vivos e mortos.

“A Igreja acredita que seja possível uma comunicação entre este mundo e o outro mundo. A Igreja tem convicção de que esta comunicação existe. A Igreja se sente peregrina, porque vive na terra e possui uma pátria no céu”, diz Sandro Register. (POR UMA PERMISSÃO ESPECIAL DE DEUS, AS ALMAS DO PURGATÓRIO PODEM ...

 O Museu das Almas do Purgatório foi criado pela Igreja no começo do século passado pelo padre Victory Juet, que pertencia à Ordem do Sagrado Coração de Jesus, fundada em 1854 pelo padre Chevalier, com a finalidade de proferir missa e orações em sufrágio das almas em sofrimento.

A maioria das peças que compõem o Museu das Almas se referem à aparição de padres, freiras e fiéis, ocorridas em ambiente católico: igrejas, conventos, quartos de oração. DETALHE DA FRENTE DA IGREJA DO "SACRO CUORE DEL SUFFRAGIO"

Quem fundou a Igreja do Sagrado Coração do Sufrágio foi o missionário francês Vitor Jouet. Ele queria que o templo fosse dedicado às almas dos mortos. No dia 15 de novembro de 1893, houve um incêndio ao lado do altar. O fogo deixou uma marca no mármore: nela, os fiéis enxergaram o rosto atormentado de um homem. Padre Jouet acreditou que aquilo era um sinal, como se uma alma do purgatório estivesse suplicando por ajuda.
....o fogo deixou uma marca no mármore: nela, os fiéis enxergaram o rosto atormentado de um homem. Padre Jouet acreditou que aquilo era um sinal, como se uma alma do purgatório estivesse suplicando por ajuda.



Depois desse episódio, o padre Jouet viajou por conventos na Itália, França, Bélgica e Alemanha, coletando objetos que comprovassem a manifestação dos mortos. Na volta, criou o Museu Cristão do Além-Túmulo, que mais tarde passaria a se chamar Museu das Almas do Purgatório. Tinha cerca de 200 peças, mas só restaram hoje as que foram aprovadas pelos sucessores do padre Jouet, aquelas consideradas autênticas acima de qualquer dúvida.







  Pode-se acreditar na autenticidade do Museu das Almas do Purgatório? O Vaticano não quer dar uma opinião oficial sobre a autenticidade das relíquias, mas as peças que estão no museu impressionaram vários especialistas da Igreja.

Uma das peças mais impressionantes mostra o que seria a mão de uma freira - morta em 1637 - impressa como se fosse a fogo, no hábito, uma espécie de avental, de uma outra freira. Segundo os registros do museu, a irmã Clara Schoelers apareceu no mosteiro beneditino de Winnenberg, na Alemanha, em 1696 -- quase 60 anos depois de sua morte -- e deixou a marca no hábito da freira Margarida Maria Herendorps: “Ela chegou envolvida em luz, e para a irmã não ter dúvida de que não era um sonho, ela deixou impressa no avental que estava pendurado no cabide a marca de sua mão queimada com fogo”

 Na noite de 21 de junho de 1789, na Bélgica, Giuseppe Leleux foi acordado pela visão da mãe, morta 27 anos antes. A mãe teria deixado uma marca impressa na roupa de dormir do filho e pedido que o rapaz mudasse de vida e se convertesse à Igreja. Depois da aparição, Giuseppe fundou uma congregação católica.







A MÃO IMPRESSA DA FALECIDA SOGRA DE MARGARITA DEMERLÊ, ALEMANHA (FAZIA ENTÃO 30 ANOS DE SUA MORTE DE PARTO)CIMÉLIO ENQUADRADO DA PEÇA PRODUZIDA PELA A MÃO IMPRESSA DA FALECIDA SOGRA DE MARGARITA DEMERLÊ, ALEMANHA (FAZIA ENTÃO 30 ANOS DE SUA MORTE DE PARTO) : “Ela foi até o livro, abriu, e ali imprimiu as marcas de fogo de sua mão. E o que é curioso, é que ela abriu o livro na parte final do capítulo IV. As marcas ficaram sobre o seguinte texto: “Estou carregado de pecados, combatido de tentações, e não há quem me valha, não há quem me livre e salve senão tu, Senhor”, recita Clóvis.


Lorena, Alemanha, 21 de dezembro de 1838. Giuseppe Schitz aparece diante do irmão e pede orações, porque está sofrendo no purgatório. Marcas dos dedos de Giuseppe foram deixadas num livro de orações do irmão: “A marca do dedo atravessou nove páginas com a queimadura. Ela chegou a fazer uma perfuração”, conta o pesquisador.



LIVROS RELIGIOSOS 1***** Outra prova que deveria constar do acervo do Museu do Purgatório, como hoje é conhecido, encontra-se na Baixa Baviera, em poder da família Hackenberg. É um pequeno livro de orações do século 18. Tem 10 centímetros de comprimento por 6cm de largura. Está bem conservado, apesar de ter servido como "prova de fogo" para um caso semelhante ao de Margarette. Nas páginas 12 e 13 observa-se a impressão de duas mãozinhas. Distinguem-se os cinco dedos, a pequena palma e parte do pulso. Um detalhe interessante é que os dedos dão a impressão de serem descarnados, ou seja, mãos de um esqueleto minúsculo.

0 Comentários